sábado, 27 de outubro de 2012

Inadmissível


Nessa última quinta-feira na Federação Paulista de Futebol houve uma reunião do Conselho Técnico do Campeonato Paulista de Futebol 2013. Dos 20 clubes participantes, só um não enviou seu representante: a Sociedade Esportiva Palmeiras.

O Prédio da FPF fica a menos de dois Km da cede do time paulista, enquanto na reunião tínhamos representantes de times como a Penapolense que fica a 490km da capital do estado.

Perguntado por telefone sobre a ausência no evento o vice do alviverde perguntou se a reunião já havia acabado e que não sabia de nada. Você acredita? A federação confirmou que todos os clubes foram avisados. Dentro de qualquer empresa em que trabalhamos é inadmissível não comparecer a uma reunião sem se quer se justificar.

Mesa destinada ao Palmeiras vaga durante a reunião

 O mesmo Roberto Frizzo colocou a justificativa no excesso de viagens. Que desculpa esfarrapada. Depois da reunião ele ainda tentou minimizar o fato dizendo que nada mudou, já que os moldes do campeonato continuaram o mesmo. Mudando ou não alguma coisa no regulamento ou formato de disputa do campeonato, um time como o Palmeiras tinha de estar presente enviando um representante, dizer que nada mudou e que assim essa falha de nada significou é muita falta de responsabilidade, ou melhor, profissionalismo. 

Essa foi mais uma das grandes falhas que a administração palmeirense vem fazendo nos últimos tempos. Mais uma mostra da desorganização do comando alviverde, que reflete em campo. Eles são os grandes responsáveis da situação do time no campeonato hoje. As eleições estão chegando e, para o bem do Palmeiras,  o melhor é que a situação não fique no comando. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tempestade em copo d’água


Durante a partida contra a Liga Deportiva Universitária de Loja, do Equador, surgiu uma possível polêmica “superfaturada” pela imprensa.

No fato, Rogério Ceni pede com gestos e palavras a entrada de um jogador alto, de referência no ataque, para aproveitar o famoso chuveirinho nos minutos finais do jogo. O capitão tricolor sugere claramente a entrada de Cícero para essa função.

Logo depois Ney Franco chama William José e o coloca em campo, para fazer a função que Rogério sugeria: a tal da referência na área.

Ainda nos vestiários e no dia seguinte todos veiculavam uma grande polêmica no Morumbi: o desentendimento entre Ney e Ceni. Será mesmo?

Rogério Ceni dá entrevista coletiva após "incidente"

Rogério é o dono do time (como se diz na gíria do futebol) dentro de campo e sugerir a entrada de alguém mostrando uma nova alternativa dentro do jogo é totalmente normal. Por sinal, ele vem fazendo isso junto com os últimos comandantes e, desde que não seja algo desrespeitoso, é bem comum essa atitude de um jogador com o gabarito de Ceni.

Aliado a influencia do capitão tricolor, o mesmo ainda vem demonstrando nos últimos tempos total apoio e elogios a Ney Franco. Perguntado sobre Osvaldo na semana passada ele disse claramente que gosta muito do trabalho do treinador e aproveitou a oportunidade para criticar o antigo técnico do clube, Emerson Leão.

Acredito que o fato foi só um gerador de noticias, nada mais do que isso. Não temos um grupo rachado no Morumbi, não temos uma briga de Ney com Ceni. Foi um acontecimento normal, de jogo, que foi vendido como algo sobrenatural, ou seja, o São Paulo continua forte e vai brigar pela vaga direta no Brasileirão e pelo titulo na Sulamericana.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Tem Briga?


Chegamos a um momento do nosso campeonato nacional que normalmente temos três grandes objetivos, dependendo do clube: ser campeão, conseguir a vaga na Libertadores da América ou fugir da Série B. Mas, será que realmente temos todas essas disputas?

A primeira grande briga seria pelo titulo nacional de 2012, contudo acredito que essa já foi sacramentada. Que me desculpem os torcedores do Galo Mineiro. Na minha opinião, já temos o campeão de 2012, que é o Fluminense.

Independência com a casa cheia em dia de jogo do Galo

Por falar em torcida do Atlético, essa sim merecia uma taça. O apoio dado ao time aconteceu durante todo o campeonato. É a torcida que mais abraça o clube no torneio desse ano e, por sinal, isso não vem de agora. Tirando o período que a equipe jogou longe de Belo Horizonte, a nação Atleticana sempre faz bonito. Junto com a torcida do Corinthians são as mais presentes, mas como o Timão só está “cumprindo tabela” nesse Brasileirão, com certeza a massa Atleticana foi a mais importante e impressionante ao longo do ano. Só para exemplificar o Galo tem uma ocupação média do Estádio Independência de 79%. As equipes que ficam em segundo (Náutico e Corinthians) têm esse número mais de 10% a baixo, 62%.

A segunda grande briga seria para garantir as vagas na Libertadores. Também acho que aqui está tudo sacramentado. As credenciais vão ficar com Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo, não necessariamente nessa ordem.  Sinceramente não vejo a equipe do Vasco da Gama com forças para chegar e disputar a posição. O São Paulo vem jogando muito bem e conseguido os resultados, a exceção do jogo contra o Flamengo, enquanto o time da colina apresenta desempenho irregular e com resultados negativos recentemente.

São Paulo sonha com a América novamente, como em 2005

Outro ponto que poderia influenciar seria o possível titulo de um Brasileiro na copa Sulamericana, contudo as equipes que têm chances reais de ganhar o torneio, ou seja, Palmeiras, São Paulo e Grêmio, já possuem seu lugar na competição continental, o primeiro pelo titulo da Copa do Brasil e os outros que devem ficar no G4. O único ponto aqui é ver quem vai ou não disputar a pré-libertadores, que não é uma desvantagem tão grande assim.

A verdadeira Briga do Brasileirão 2012 fica a cargo das equipes que querem fugir da temida segunda divisão. Para mim temos quatro times brigando por duas vagas de permanência na elite do futebol nacional. Portuguesa, Bahia, Sport e Palmeiras.

Bruno Mineiro é a esperança da Lusa

A Portuguesa é a menos ameaçada destes, e não somente pela maior pontuação, mas também porque joga bem em casa e consegue transformar isso em resultados positivos. Acredito que se a Lusa fizer o dever de casa contra Bahia e Ponte Preta escapa.

Jorginho rejeitou o Palmeiras para ficar em Salvador
Já o Bahia também tem tudo para escapar, todavia isso depende de voltar a jogar o bom futebol do começo do segundo turno. A equipe da boa terra tem a tabela, em tese, mais fácil entre todos os concorrentes. Em contrapartida o futebol apresentado não anima os torcedores. Desde a derrota para o líder Fluminense no dia dez de Outubro, quando a equipe jogou bem, o time tricolor vem tendo um desempenho ruim o que pode fazer a equipe afundar. Não adianta ter três pontos de vantagem e uma tabela teoricamente mais simples se não transformar isso em vitorias e pontos no campeonato.

Palmeiras e Sport em situação mais complicada
Já Palmeiras e Sport estão no mesmo barco. Construíram uma mini reação nas últimas rodadas e vão jogar com tudo esse final visando sair do Z4. Ambos têm tabelas parecidas e na teoria mais difíceis que a do Bahia. Mesmo assim as duas confiam que a reação irá continuar e contam com a instabilidade que se instalou em Salvador para deixar o time baiano para trás. Para os dois a conta é simples, ganhar seis dos últimos oito jogos, fazendo isso dificilmente não escaparão da segundona.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Veterano de Ouro


Outrora conhecido por menino de ouro do Couto Pereira, Alex volta 15 anos depois, a sua cidade natal, para mudar o Coritiba de patamar no futebol brasileiro em 2013.

Quando saiu de casa, era apenas uma promessa. Deslanchou, teve uma carreira vitoriosa recheada de conquistas. Uma excelente pessoa, não há quem o conheça e não goste de Alex. Foi injustiçado na seleção brasileira, poderia ter dado muitas alegrias ao nosso povo.

Alex foi apresentado nessa quinta-feira em Curitiba.
Em 2013 deve colocar o Coritiba em um novo nível no Brasil, e digo agora, pode colocar a equipe da capital paranaense como uma das favoritas em todas as competições em que entrar. Isso porque Alex deve ser importante em diversos aspectos.

A experiência e habilidade técnica em campo serão potencializadas com o craque, isso é obvio. Mas outros impactos positivos o meia deverá trazer. Guiar e orientar os garotos com grande potencial (que o Coxa tem) deve ser outra de suas funções. Além disso, ele deve motivar outros jogadores a vir para o Sul, quem não quer jogar ao lado de Alex?

Mesmo sabendo que podem chegar outros atletas, só com os que já estão em Curitiba o time fica forte e se credencia aos títulos. Escalado no 4-2-3-1 hoje o time entraria em campo com Vanderlei; Ayrton, Emerson, Escudeiro e Eltinho; Willian Farias e Gil; Rafinha, Alex e Everton Ribeiro; David. Esse time por si só já tem condição de brigar tanto na Copa do Brasil, quanto no Brasileirão.

Parceira de sucesso no Cruzeiro e no Fenerbahçe
Mesmo assim o Coritiba ainda tem jogadores de muita qualidade para rodar o plantel em um calendário tão inchado quanto o nosso. Zagueiros, como o jovem Luccas Claro e o experiente Perreira. Nas laterais as crias da casa Victor Ferraz e Denis. No meio Chico, Sergio Manoel e Lincoln. E na frente uma lista com bons reservas como Everton Costa, Anderson Aquino e Keirrison.

Com Alex em campo fica mais fácil jogar, assim esperem excelente desempenho tanto de Deivid, que reedita a dupla com o meia, quanto de Rafinha e Everton Ribeiro, que com o veterano de ouro ao seu lado devem render cada vez mais e infernizar o sistema defensivo do adversário.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Homens de Preto


A arbitragem brasileira sempre foi muito comentada e ficava entre os principais assuntos das segundas-feiras e quintas-feiras por todos os botequins e programas de debate. Esse ano, porem, ela está se superando em virar o tema da rodada. Mas, por que isso acontece tanto no Brasil? Qual o motivo das atuações estarem cada vez piores?

Para entrar nessa questão tanto discutida por todos, devemos separar em dois grandes problemas: o primeiro deles é o consequente aumento do número de erros em jogadas isoladas da partida, como pênaltis e impedimentos. O segundo ponto está no fato de os jogos terem uma quantidade absurda de faltas e a partida não fluir por aqui. Já experimentou assistir um jogo do campeonato inglês e logo na sequência um do nosso?

O motivo do primeiro ponto levantado é a tão falada profissionalização da arbitragem.  Eu não acredito ser necessária. Fazer isso sem mudar o modo em que a atividade é levada, não ajudaria em nada. O grande ponto é dar condições e deveres para que um árbitro de futebol viva somente dessa atividade. Assim ele poderá ter um foco maior em apitar e receber melhores treinamentos e suportes para realizar seu exercício principal. Você sabia que em alguns estados se precisa de 60 horas/aula para exercer a função, sendo que em outros apenas quatro são necessárias; e que a tão falada reciclagem na verdade não acontece? Qual é a obrigação do juiz de futebol ir fazer um curso para melhorar sua técnica se essa nem é sua atividade principal? Maior exemplo disso é Nielson Nogueira Dias, que apitou o tão comentado jogo entre Fluminente e Ponte Preta. Ele, na verdade, é Major da PM de Pernambuco. Foi afastado e não faz reciclagem alguma, continua a trabalhar em sua profissão a espera de poder ser colocado no sorteio novamente.

Pênalti polêmico para o Fluminense contra a Ponte Preta 

Sobre o outro ponto da arbitragem brasileira, seguem alguns números: a média, no Brasil, gira em torno 37 faltas por jogo. Se compararmos ao campeonato italiano, que é tão famoso por ter um jogo pegado onde todos os atacantes sofrem, ainda sim a média é bem menor. Por lá, são 29 faltas por partida. Esse número fica ainda mais impressionante se comparado ao campeonato inglês, que tem a incrível média de 20 infrações. Esse problema eu já não colocaria nas costas dos homens de preto, e sim do comportamento de nossos jogadores.

Revoltado André Luís adverte o arbitro com cartão amarelo em 2008.

Aqui se reclama e peita o juiz de futebol por qualquer coisa, até mesmo por um lateral que o jogador não concorde. A simulação de faltas no Brasil ocorre de maneira desenfreada, não só por Neymar (que todo mundo comenta), mas por todos que protagonizam nosso esporte favorito. Um exemplo disso são as vaias distribuídas aos famosos “cai-cai” no futebol Europeu, principalmente na Inglaterra e Alemanha, como aconteceu com Neymar nas Olimpíadas de Londres. Outro exemplo desse nosso descontrole foi o jogo entre França e Espanha. Quando a partida estava em 1 a 0 para os espanhóis houve um gol Frances legal e anulado erradamente pelo arbitro da partida. Ninguém reclamou muito na hora, muito menos ao final do jogo. Nenhum jogador saiu chiando na imprensa por esse lance, e os jornais franceses não deram um foco muito grande para o fato e creditaram suas manchetes ao jogo e ao grande resultado de sua seleção. Se isso acontece no Brasil...

É importante sim transformar a atividade da arbitragem no nosso país em algo sério para treinar e preparar as pessoas que vão executá-las, mas só isso não basta. Em paralelo a esse preparo da classe devemos mudar a cultura de nossos jogadores, técnicos e dirigentes para assim ter um espetáculo mais prazeroso para todos, tanto dentro das quatro linhas quanto para nós que acompanhamos aqui de fora, pois o jogo ficaria bem melhor de se assistir.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Brasil! Mostra a sua cara!


Após os jogos Olímpicos de Londres o que mais se tem ouvido sobre a seleção brasileira de futebol são reclamações e pedidos para que seu comandante abandone o barco. Essas manifestações vêm principalmente da torcida, e foi claramente exposta no jogo contra a Argentina em Goiânia, onde gritos de volta Felipão ecoaram durante quase todo o confronto.

Não sou um dos mais críticos ao treinador. Sempre achei a idéia tática de Mano Menezes muito correta, desde o tempo de Corinthians. Mas no Brasil o modo de jogar do técnico não vinha fazendo efeito (e coloquei vinha) pois a partir de agora esse time tem tudo pra deslanchar. Não que eu ache o Brasil a melhor seleção do mundo ou que vai ganhar a copa em 2014, mas acredito que Mano encontrou seus titulares e fazer isso quase dois anos antes é de extrema importância para todos no escrete.

Na campanha de volta do Corinthians à Serie A do Campeonato Brasileiro, em 2008, Mano tinha um padrão tático muito bem definido no time, o tão falado hoje em dia 4-2-3-1. Na época era montado por Elias e Cristian, logo à frente a linha de três com Dentinho, Douglas e Morais e mais adiantado o argentino Herrera. Em 2009 o esquema continuou o mesmo, só que com duas novas peças, o incansável Jorge Henrique no lugar de Morais e o fenômeno Ronaldo no lugar de Herrera. Jogando desta forma Mano Menezes levou o time de Parque São Jorge aos títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil daquele ano.

Dupla comemorando gol de Cristian, fato que foi comum ao longo da parceria.
Na seleção, desde o primeiro jogo em 2010, contra os Estados Unidos, o treinador tem procurado os jogadores ideais para montar seu esquema tático. Nos primeiros jogos, ou seja, até a Copa América de 2011, o técnico tinha uma base nesse esquema montada por Lucas Leiva e Ramires; Robinho, Ganso e Neymar; e mais adiantado Alexandre Pato. Com as corriqueiras lesões de Ganso e Pato outros nomes foram sendo testados como Elias, Hernanes, Carlos Eduardo, Elano e Renato Augusto no lugar de Ganso e Leandro Damião, Nilmar, Jonas e Fred no lugar de Pato. Ao todo foram oito jogos antes da competição continental e o Brasil não convencia, ganhando apenas de adversários inferiores, pois quando enfrentava seleções de mesmo nível perdia ou empatava, como com a França, Argentina e Holanda.

Na Copa América, com Ganso e Pato disponíveis, Mano utilizou sua formação chamada de ideal. A equipe teve poucos momentos bons durante toda a competição e perdeu na fatídica decisão de pênaltis onde desperdiçamos todas nossas cobranças. Depois disso outros jogadores foram ganhando seu espaço como Sandro no lugar de Lucas Leiva, que se machucou, e Hulk no ataque no lugar de Robinho.

Independentemente das mudanças que eram feitas a seleção não encantava e não conseguia os resultados esperados. Mas, por que o esquema de Mano dava tão certo em clubes e não vinha funcionando na seleção? Pegando novamente o Corinthians de 2008 e 2009 como exemplo, qual era o grande diferencial daquela equipe? Eram os volantes, ambos sabiam marcar e sair para o jogo chegando como homens surpresa no ataque e desmontando a defesa adversária. No Brasil Mano colocava Lucas ou Sandro sempre como primeiro volante e esses dois jogadores não têm essa característica. Outro grande problema que acontecia nesse esquema era colocar Neymar preso do lado esquerdo do campo, já que nessa formação os dois meias que jogam pelos flancos têm que se dedicar muito a marcação. Desse modo o treinador limitava nosso melhor atleta, além de ter uma referência mais estática na área, fazendo assim a equipe ficar sem mobilidade, ou seja, facilmente marcada pelos adversários.

Eu sei que foram apenas dois jogos, contra Iraque e Japão, mas esses problemas que o Brasil encontrava desapareceram. Com Ramires e Paulinho, Mano restabelece uma dupla de volantes que sabe tanto marcar como chegar à frente. Montando a linha de três homens com Kaká, Oscar e Hulk além de não “prender” Neymar na esquerda o técnico ainda ganha a qualidade técnica de ter dois meias em campo e com o nosso grande jogador a frente, com liberdade para se movimentar, o ataque Brasileiro fica cada vez mais imprevisível, infernizando a defesa adversária.

Paulinho comemora seu segundo gol pela seleção.

Voltando as criticas que citei ao treinador no lá no começo, temos agora que saber elogiá-lo. Ele colocou um time sem atacantes, enquanto toda a pressão de torcedores e especialistas era para uma convocação de Luis Fabiano ou Fred que vêm jogando muito no Campeonato Brasileiro. Claro que ele sempre vai convocar um “camisa nove” como alternativa, mas para o time titular acredito que esses dois nomes estão cada vez mais longe. Além disso, o técnico convocou Kaká sem o jogador estar jogando, pois quando saiu à convocação da seleção, a única partida que o meia havia feito era um amistoso contra o Milionários da Colômbia. A grande maioria criticou Mano Menezes, e acho que as cobranças foram justas, pois ele mesmo tinha colocado que só iria convocar jogadores com sequência de jogos em seus clubes, mas querendo ou não ele arriscou e para mim acertou na mosca.  Kaká era uma peça que faltava no Brasil, ele deve ajudar muito com sua experiência e liderança além de ter uma técnica destacada, que não é segredo para ninguém.

Com essa definição acredito que Mano Menezes já tem 99% do seu time titular para a preparação visando a Copa das Confederações e Copa do Mundo. Digo 99% pois considero que temos uma única posição em aberto no time, a de goleiro. Por sinal acredito que o melhor arqueiro brasileiro na atualidade não vem sendo convocado por Mano: Diego Cavalieri. Mesmo assim a base da seleção já está definida e dois anos antes da Copa, o que é muito importante para chegar em 2014 muito bem entrosados e tentar igualar as grandes seleções do futebol mundial, que ainda são Espanha e Alemanha.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Meu Brasil Brasileiro!

Alguns fatos revoltantes que acontecerem na 27ª rodada desse campeonato brasileiro me fizeram lembrar a noite de quarta-feira, dia 25 de fevereiro de 1998, em Campinas. Na data em questão aconteceu o único “choque-rei” da historia na minha cidade natal. Foi a partida de volta da semifinal do torneio Rio- São Paulo.

Na partida de ida, o Palmeiras, de Felipão, havia vencido pelo placar de 2x1 no estádio do Pacaembu e precisava somente do empate. Em um jogo muito movimentado e com as expulsões de Zinho e Scolari pelo lado alviverde, os são paulinos venceram por 1 a 0 e levaram a decisão da vaga para os pênaltis. Junior, Rogério e Galeano perderam suas cobranças e o São Paulo foi para a final do torneio. Coincidentemente esse jogo foi também lembrado na semana passada, no dossiê que a direção palmeirense fez tentando impedir o arbitro Paulo Cesar de Oliveira de apitar o clássico da 28ª rodada do Brasileirão deste ano.

O jogo a parte, os fatos desagradáveis que citei anteriormente, me fizeram lembrar outra situação naquela noite em Campinas. Eu tinha 9 anos de idade e foi meu primeiro “Choque-Rei” no estádio. Estava na arquibancada palmeirense acompanhado pelo meu pai e muito ansioso pelo jogo. Logo no inicio, com 5 ou 10 minutos de partida, entrou um homem vestido de vermelho na torcida, a camiseta era normal, dessas básicas. Neste momento pessoas que estavam aparentemente calmas até então começaram a ofender esse torcedor e partir para cima dele, exigindo que saísse da arquibancada. Quando a confusão começou, meu pai me pegou e deixamos a arquibancada em direção a antiga área de sócios do Guarani. Meu pai explicou a situação para um responsável da federação e pudemos voltar a assistir o jogo, só que onde hoje é a numerada coberta do Brinco de Ouro da Princesa.

Esse fato se assemelha muito ao que ocorreu no Domingo retrasado, dia 30 de setembro, só que dessa vez no Pacaembu em São Paulo, no jogo Corinthians e Sport. Para quem não sabe, um Escocês foi a esta partida com a camisa de seu time, lá de seu país natal, o Celtic. Esse time europeu tem como suas cores principais o verde e branco, e por estar com essas cores, o turista foi expulso da área em que estava. Ah, vale a pena lembrar que o mesmo não estava na arquibancada no meio das torcidas organizadas, estava sim na área VIP, onde se localiza o ingresso mais caro do jogo. 


Outro fato da mesma 27ª rodada deste Brasileirão mostra quão revoltante está freqüentar estádios de futebol no nosso país. No mesmo horário e dia do jogo do Timão, em Curitiba acontecia à partida entre o Coritiba e o São Paulo. Ao final do jogo, que terminou empatado, uma menina de 13 anos pedia emocionada a camiseta usada pelo Lucas, jogador tricolor e da seleção brasileira. O são paulino foi até perto de onde a garota estava e jogou a camisa para ela. Depois de a jovem estar com a camiseta em mãos, veio o comportamento ridículo de uma parte da torcida do coxa que estava por ali. Claramente eram membros de uma torcida organizada alviverde, que começaram a agredir verbalmente a menina e seu pai, colocando o dedo na cara dos dois, só faltando partir para a agressão física. Além disso, esses mesmos indivíduos começaram a soltar cusparadas em direção ao atleta rival que estava no gramado. Com medo o pai da jovem pega a camisa e devolve a Lucas, e mesmo depois disso os dois continuam sendo seguidos e ameaçados até saírem da arquibancada. Tudo isso pode claramente ser observado pelas câmeras de televisão que cobriam a partida no Domingo, 30 de setembro de 2012. Felizmente a menina foi levada ao vestiário tricolor e recebeu de volta sua tão desejada recordação.


Mais revoltante que esses dois acontecimentos absurdos, e que devem ocorrer diversas vezes no Brasil em outros locais só que sem conhecimento do publico em geral, é ver pessoas em redes sociais e em suas paginas na internet falando que isso é normal, defendendo esses covardes e enfatizando que os errados são as vitimas, ou seja, o pobre escocês e a menina e seu pai que devem ter passados momentos de terror no Couto Pereira. Há pouco tempo atrás tínhamos áreas nos estádios onde torcidas rivais acompanhavam o jogo juntos, o mais famoso desses locais era a geral do Maracanã, que lamentavelmente nunca mais vai existir depois da reforma no estádio para a copa de 2014.

Infelizmente só vejo essas situações piorando no nosso país, e com isso cada vez mais os verdadeiros torcedores vão se afastando dos palcos do futebol nacional. Com tantos exemplos de violência, são poucos os pais que hoje querem levar seus filhos aos estádios e, quando levam, é somente em jogos sem expressão, pois aparentemente o risco é menor. Esse cenário não é definitivo, mas para mudar as autoridades têm que tomar alguma atitude. Ao redor do mundo temos diversos exemplos de como acabar com a violência nos campos de futebol, como Alemanha e Inglaterra, e fazer desse esporte um entretenimento para todos, só falta querer.