domingo, 23 de setembro de 2012

Agonia Verde


O assunto esportivo mais comentado da ultima quinta-feira foi a demissão do técnico Luiz Felipe Scolari pela diretoria do Palmeiras. Só para termos noção, o nome Felipão esteve entre os dez tópicos mais comentados em todo o mundo, no Twitter.

Particularmente acho mais uma decisão no mínimo equivocada, dessa confusa e atrapalhada gestão alviverde, que já perdura mais de uma década, independe dos lideres que lá estão.

É lógico, que qualquer outro comandante no lugar de Scolari, já teria sido mandado embora muito antes de a situação chegar nesse ponto. Ele só não teve esse mesmo fim anteriormente, pois tem muita historia no clube, era querido pelos torcedores e em alguns momentos teve o respaldo de Arnaldo Tirone, que provavelmente não queria comprar essa briga com a torcida.

Sinceramente, qual outro treinador teria levado o time do Palmeiras, com esse elenco, ao titulo da Copa do Brasil? Fazendo assim o verdão sair de uma fila de 13 anos sem títulos dessa importância. O técnico disse diversas vezes que tinha uma lista de reforços com a diretoria. Quantos desses pedidos chegaram? Apenas um: Hernan Barcos. Por sinal, melhor jogador do plantel palestrino.

Independente do fraco grupo de jogadores que tinha em mãos, acredito que Felipão era a melhor alternativa para o time sair da zona da degola. Todos sabem que o Palmeiras é um time difícil de trabalhar e que a pressão vinda dos cartolas é alta, mal feita e desnecessária. Porém o ex-técnico do time fazia o famoso filtro dessa situação com os jogadores e muito por isso acumulava desafetos na cúpula do clube.

Além disso, Luis Felipe ainda tem o perfil de motivação que o elenco tanto precisa nessas horas. Ele nunca foi elogiado por sua capacidade técnica e tática e sim por mexer com o brio dos jogadores, não é realmente isso que se precisa nessas horas? Ou os palmeirenses esperam que os jogadores melhorem tecnicamente?

Não acredito que a situação irá mudar com a saída de Felipão, e não vejo nenhum técnico no mercado com capacidade de tirar o time de Palestra Itália dessa situação, nem mesmo Pep Guardiola. A única chance do Palmeiras sair dessa zona, será se os jogadores mostrarem vergonha na cara e começarem a jogar e se os outros clubes que ali estão começarem a perder, coisa que não vem acontecendo. Já que Bahia, Figueirense e Coritiba melhoram nas ultimas rodadas. E digo mais, se cuida Flamengo se não sobra pra você também, já que o time da gávea vem apresentando o pior futebol nas ultimas rodadas.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

CBF jogando contra “seus” clubes


A discussão de calendário no Brasil já vem de longa data. Mesmo assim, esse assunto voltou à cena nessa ultima semana, quando o presidente do Santos, Luis Álvaro Ribeiro, criticou a confederação e o técnico Mano Menezes pela quantidade de datas em que seus jogadores, principalmente Neymar, se ausentam do clube da baixada para vestir a amarelinha.

Em resposta ao dirigente santista, o presidente da CBF, José Maria Marin, disse que a seleção é mais importante que os clubes. Será mesmo?

Quando os compromissos internacionais de seleções acontecem em momentos em que os campeonatos de clubes param, como ocorre na Europa, eu concordo com toda essa importância que é dada de representar seu país. Agora se essas datas ocorrem enquanto os clubes também vão jogar essa situação muda de figura. E sem querer ofender aos que são super patriotas, nesse cenário acredito que a importância dos times seja maior.

O grande exemplo dessa discussão é o próprio Santos. Quando o clube fez a oferta milionária de renovação ao "menino da vila", fazendo-o ficar no Brasil com salário Europeu, todos aplaudiram a direção santista. Concordo que esse tipo de ação é excelente para elevar e valorizar o futebol brasileiro, contudo esse descaso da CBF com o nosso calendário fazem nossos diretores pensarem muito antes de tomar essas decisões. 

Colocando em números, a equipe santista disputou até agora 60 jogos na temporada. Enquanto Neymar disputou apenas 36 partidas pelo seu clube durante 2012. Como o jogador não teve lesões esse ano e foi suspenso somente uma vez, que ocorreu no campeonato paulista, podemos dizer que a seleção foi a grande responsável pelo camisa 11 da vila, só entrar em campo em 60% dos jogos do Santos.  

Com esse exemplo podemos entender em partes porque os clubes não se mobilizam para tentar manter as grandes estrelas por aqui. Vale à pena desembolsar uma bolada mensal para ser desfalcado sempre que o Brasil joga? Não podemos garantir em que posição o clube da Vila estaria nesse Brasileirão caso tivesse Neymar integralmente, mas podemos dizer que a CBF está lesando o desempenho do clube, esse que paga o jogador todo mês.

Justo? Tem Solução? Tem, porém temos que mudar.