quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A canonização do Santo


Após o dia 12/12/2012 o futebol fica mais pobre, pelo menos dentro das quatro linhas. Na madrugada dessa quarta-feira aconteceu à despedida oficial de Marcos, ex-goleiro do Palmeiras, do futebol.

Ontem um dos últimos jogadores torcedores que tivemos em nosso futebol aposentou-se. Depois de 19 temporadas defendendo uma única camisa, Marcos mostrou ao longo desses anos muita dedicação, talento, humildade e principalmente amor a camisa.

São Marcos agradece a linda festa da torcida Palmeirense.

Ao longo da carreira, o Santo, conquistou 15 títulos oficiais, sendo dez pelo Palmeiras e cinco com a amarelinha. Dentre os principais dois são sempre mais lembrados: a Copa do Mundo de 2002 e a Libertadores da América em 1999.

Independente de ter honrado apenas as cores do Palmeiras, Marcos conseguiu um feito surpreendente em um futebol com tanta rivalidade como o nosso. O goleiro alcançou a unanimidade. Esse feito foi possível não por ter sido um excelente goleiro ou porque ganhou o mundo com a seleção e sim pela pessoa que foi ao longo desses anos como profissional.

Adorado por todos e idolatrado pelos Palmeirenses, assim Marcos termina sua jornada. Após o jogo de ontem, no discurso de despedida para um Pacaembu lotado, o Santo destacou que era mais um torcedor dentro de campo e pediu para que os torcedores não se esqueçam dele, Marcão isso é impossível, principalmente para seus devotos de Palestra Itália.

O Palmeiras, de Ademir, era um dos poucos times a fazer frente ao Santos, de Pelé.

 Destacando o confronto de ontem, além de poder presenciar a despedida de um de seus maiores ídolos, os palmeirenses puderam ver outros grandes jogadores que vestiram a camisa alviverde e o principal destaque fica para o maior camisa 10 que já passou pelo time, outro jogador que quando estava na ativa era um jogador torcedor.

Aos 70 anos, Ademir da Guia entrou na segunda etapa do jogo e emocionou a muitos que estavam no estádio ou assistindo a partida de casa. Logo que entrou foi feita uma série de toques com o meia e mesmo sem ter condições de jogo, demonstrou a inigualável técnica ao tocar na bola e fazer uma linha de passe que fez a todos voltar no tempo.

Jogo histórico e uma festa merecidíssima ao Santo. Para o bem do futebol tomara que Marcos continue envolvido com o nosso esporte bretão, pois com certeza esse grande homem ainda tem muito a nos ensinar.

Amém, Marcos!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Exagerado, jogado aos teus pés!


Exagero, essa é a melhor definição para a atitude tomada pela direção da Placar, sobre o premio bola de prata. Na última segunda-feira, no prédio da ESPN na zona oeste da cidade de São Paulo, a Placar em conjunto com a emissora entregaram o tradicional prêmio. Foram contemplados os principais jogadores por posição, o artilheiro e o melhor do campeonato. Até aí tudo bem, o problema foi à bola hors concours dada a Neymar, do Santos.

Capa da edição 2012 da Bola de Prata

Só para entenderem, essa honra só foi dada a um jogador em toda historia, é como se fosse uma bola eterna, assim o jogador para de competir com os outros “mortais” pelo premio ao final de cada ano. Logicamente, antes de Neymar esse troféu só pertenceu ao rei do futebol: Pelé.

O jogador do Santos é o melhor brasileiro da atualidade e o melhor atuando por aqui, mas ainda está no inicio de carreira, tem apenas 20 anos, e muito a provar no mundo do futebol.

Em 1970 o prêmio começou a ser entregue pela revista e foi quando a tão falada bola hors concours foi entregue a Pelé. Nessa época Edson Arantes do Nascimento já tinha cinco títulos mundiais (três pela seleção e dois pelo Santos), dois títulos da Libertadores, seis títulos nacionais, nove campeonatos paulista e já havia marcado o histórico milésimo gol, ou seja, já era Rei!

Com esse respaldo era justíssimo a Placar retirá-lo do páreo, quem poderia competir? Ninguém.

Pelé recebendo a primeira bola Hors Concours, em 1970.

Agora fornecer essa mesma honra a um garoto de 20 anos e que ainda tem uma carreira pela frente seria justo? Neymar pode vir a ser o melhor do mundo e se tornar tão histórico como o ex-camisa dez da vila, mas hoje ainda não.

Só como comparação, em nosso futebol de 1970 para cá já passaram diversos craques, como Zico, Renato Gaucho, Falcão e Romário. O galinho da gávea tem nove premiações, com duas bolas de ouro, cinco bolas de prata e duas de artilheiro. O ex-centroavante do Grêmio tem seis, o ex-craque do Internacional tem cinco assim como Baixinho.

Zico, quando ganhou sua primeira Bola de Ouro em 1974.

Mesmo com um histórico assim, nenhum desses jogadores ganhou a bola hors concours. Acredito que um exagero, para não dizer injusto, colocar Neymar acima deles e pior do que isso, nivelá-lo ao maior jogador de toda a historia do futebol.