quinta-feira, 28 de março de 2013

Só temos 365 dias no ano, isso é o fato!


No inicio desta semana foi realizado um fórum para a discussão sobre melhorias urgentes para o calendário do nosso futebol. Dividido em dois dias estudiosos sobre o tema, imprensa e profissionais da área debateram sobre alternativas para salvar o principal esporte brasileiro.

Essa bandeira é levantada aqui pelo blog desde o primeiro post, assim fomos ver de perto o seminário e acompanhar as opiniões de todas as áreas.

Dezenas de propostas sobre um novo calendário foram enviados à Trevisan e Pluri, que organizaram o evento, e de todos os projetos os seis melhores foram selecionados para apresentarem durante o evento.

Evento realizado pela Trevisan e a consultoria Pluri em São Paulo.

Todos tinham alguma diferença, entretanto alguns consensos foram observados. O primeiro deles e o mais crucial foram os períodos de férias e pré-temporada com 30 dias para cada um obrigatoriamente. Outros pontos comuns foram o respeito as datas Fifa, uma temporada maior aos clubes pequenos e o remanejo dos estaduais para todas as datas caberem em 365 dias no ano.

Alguns sugeriram estaduais mais curtos, outros com os grandes entrando no final e até mesmo um estadual só para time menores como base das divisões nacionais.

Ainda no primeiro dia ocorreram dois debates com a participação de estudiosos como Amir Somoggi, Fernando Ferreira e Luis Filipe Chateaubriand e comentaristas esportivos como PVC, Paulo Calçade e Paulo Massini.

Especialistas e comentaristas debatem sobre as melhorias. 

A adequação ao calendário Europeu não é uma unanimidade, contudo a redução de datas para ocorrerem os eventos de seleções no meio do ano como Copa do Mundo, Copa da Confederações, Copa América e Olimpiadas, é necessária.

Outro ponto que passa pela pausa de Junho e Julho é a internacionalização das marcas dos clubes brasileiros. As excursões para fora do país em conjunto com a pré-temporada europeia foi colocada como alternativa para fazer com que os clubes cresçam para fora das fronteiras nacionais. Além da divulgação, a parte financeira dos clubes também agradeceria, já que esses torneios amistosos pagam uma quantia considerável e apresentaria uma nova renda para as equipes brasileiras.

Uma visão importante colocada pela maioria dos participantes é que os pequenos não precisam fazer jogos com os grandes para sobreviver e ao contrário disso essa dependência vem “matando“ os clubes menores. Criar uma rivalidade regional e local entre times do mesmo tamanho traria uma maior receita e cativaria o público local. Somado a isso é importante dar a esses pequenos a oportunidade de ganhar um título e com os grandes em todos os torneios esse fato fica quase impossível.

No segundo dia o foco ficou para os profissionais de dentro do futebol como presidentes e dirigentes de clubes, atletas e federação. Participaram o mandatário do Bahia, Marcelo Guimarães, os dirigentes de Botafogo (Sidnei Loureiro), Fluminense (Rodrigo Caetano), Palmeiras (José Carlos Brunoro) e Flamengo (Wallim Vasconcellos), e o atleta Paulo André do Corinthians.

Wallim Vasconcellos e Brunoro opinam sobre o tema.

Inicialmente o foco da discussão ficou sobre a preservação dos atletas e consequentemente uma maior qualidade do espetáculo. O ponto mais solicitado pelos convidados foi a pré-temporada bem estruturada e um menor número de jogos durante todo o ano. Observado durante todo evento as equipes maiores deveriam ficar entre um mínimo de 50 jogos para um número máximo de 70 partidas.

Sobre a ótica dos dirigentes foi claro o receio de bater de frente com as federações e a CBF. Todos que participaram defenderam uma mudança no calendário e readequação dos estaduais, todavia disseram que não vêm uma mudança a curto prazo já que acham difícil uma união dos times para tentar modificar o que se constatou de inapropriado. A Copa do Nordeste foi citada como boa alternativa, contudo só com a mudança dos estaduais, os regionais poderiam ser disputados.

Resumindo o seminário o especialista em Gestão e Marketing esportivo, Amir Somoggi apresentou em dados financeiros a perda dos clubes brasileiros com o caótico calendário. O número é impressionante, entre 2003 e 2011 as equipes nacionais deixaram de ter em suas receitas 2,6 bilhões de reais só em relação aos problemas de calendário.

O fato é que nosso futebol está ficando cada vez mais desvalorizado, com médias de público e qualidade cada vez mais baixos. 40% do ano é ocupado com torneios sem importância tanto para os clubes maiores quanto para seus torcedores. Se isso não for modificado, o produto futebol brasileiro ficará cada vez mais desvalorizado perdendo espaço para torneios do exterior e até mesmo outros esportes.



quinta-feira, 21 de março de 2013

Camicia Azzurra


Bem diferente do que estamos acostumados a ver, a Itália vem apresentando um futebol mais vistoso e ofensivo nas ultimas competições, principalmente nas eliminatórias da Copa de 2014. E foi desta forma que a seleção enfrentou o Brasil na noite dessa quinta-feira na Suiça. A Azzurra jogou melhor que o brasileiros, poupou o seu craque na segunda metade do jogo, mas não conseguiu bater o rival.

No primeiro tempo o jogo foi equilibrado, até com mais chances de gol para os europeus. O diferencial para o Brasil foi a eficiência, em duas oportunidades, foram marcados dois gols, com Fred e Oscar. Enquanto isso a Itália teve quatro bolas para marcar e Júlio Cesar apareceu para impedir tais ações.

Pirlo foi poupado na segunda etapa do jogo.

Neymar fez a jogada do segundo gol e quando parecia que iria deslanchar seu primeiro bom jogo em muito tempo com a amarelinha, ele sumiu. Depois do gol de Oscar não conseguiu mais jogar durante toda a partida, bem marcado pelos incansáveis italianos. Assim o coro para que o atacante santista vá para a Europa o mais cedo possível cresce, ele precisa aprender a jogar contra os principais zagueiros do mundo, com menos espaço.

Na volta para o segundo tempo, mesmo perdendo, a Itália tirou Pirlo, seu craque, e colocou velocidade. Mais do que colocar os pontas, a intenção de Cesare Prandelli era poupar o meia da Juventus para o jogo das eliminatórias da copa.

Armada no 4-2-3-1 com a linha de três formada por Cerci, Giaccherini, El Shaarawy; e Balotelli mais avançado como centroavante. O domínio italiano aumentou ainda mais na segunda etapa, com 11 minutos já estava tudo igual no placar. Daí em diante o Brasil se abateu e só se defendeu, dando campo para os europeus mandarem no jogo.

Júlio César jogou bem novamente e vai conquistando a camisa 1.

A Azzurra só não conseguiu ganhar a partida na Suiça pela excelente participação de Júlio Cesar. Muitos falaram de falha do goleiro no segundo gol, o de Balotelli. Não acredito, foi total mérito do bom e problemático atacante italiano.

O Brasil está no começo de um trabalho, não dá para falar que está tudo errado, contudo poderíamos ter jogado melhor. Um exemplo foi Hulk, que perdido em campo nem ajudava ofensivamente, nem defensivamente, um claro pedido de Felipão. Já a Itália mostra um futebol bem mais vistoso do que a tradição do pais e agrada. Esperamos que continuem assim e não voltem para a famosa retranca.

A revanche já está marcada, dia 22 de junho em Salvador pela Copa das Confederações.

terça-feira, 19 de março de 2013

Solução caseira


Neste final de semana acabou a Copa do Nordeste com a consagração de um estado que há tempos não aparecia no futebol em âmbito nacional. O Campinense da Paraíba levou o caneco com duas vitórias sobre o ASA de Alagoas.

Ainda mais importante do que os resultados, foi a forma que as federações nordestinas encontraram para tornar o futebol da região mais atraente mesmo com um calendário cheio, como o brasileiro.

Campinense levanta a taça da "Lampions League"

O calendário já foi criticado aqui no blog, assim como é alvo de reclamações de 90% da mídia esportiva e boa parte dos técnicos que comandam nossas equipes. No Nordeste é diferente. Longe do calendário ideal para todos, a Copa do Nordeste trás de volta a emoção e público que os estaduais não conseguem ter.

Esses campeonatos são muito extensos e com formulas de disputa mal elaboradas. Assim os clubes passam muito tempo em fases classificatórias chatas e com poucos jogos emocionantes.

Para ter uma ideia da diferença que a chamada “Lampions League“ vem fazendo na região, se compararmos a média de público de todos os estaduais do Brasil até agora, nenhum chega perto do que o Campeonato regional conseguiu.

Castelão completamente lotado na semi-final entre Ceará e ASA.

A Copa do Nordeste teve como média de público 8.121 pessoas na edição 2013. Já dentre os principais estaduais do pais, até a segunda semana de março, o destaque fica a cargo de Minas Gerais com média de 6.197 torcedores. Em São Paulo, que é a federação mais rica do pais, conta com média de 5.945 pessoas. O Campeonato carioca é a principal decepção com menos da metade do que se vê em São Paulo, ou seja, 2.802 torcedores.

Além da clara diferença de público nos estádios a Copa do Nordeste ainda trás emoção, com uma formula de disputa dinâmica que cativa cada torcedor de cada time participante. Uma fase de grupos curta, com apenas seis jogos, e um mata-a-mata empolgante com ida e volta valorizando o futebol na região.

Público pífio tanto em São Paulo x Palmeiras quanto em Santos x Corinthians

Vale ressaltar o excelente trabalho da TopSports junto as federações nordestinas, tronando viável a realização do evento. A empresa, que é responsável pela Esporte Interativo, tem os direitos televisivos de todos os jogos e até criou um canal em operadoras de TV na região para passar a competição, o Esporte Interativo Nordeste. 

A “Lampions League“ veio para ficar no nosso calendário e pode representar uma alternativa a outras regiões do pais que incham suas datas com jogos chatos, sem público e por que não, inúteis as principais equipes do Brasil. Jogos estaduais que atrapalham até torneios mais importantes como a Taça Libertadores da América.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Barcelona e Real Madrid? Ainda não.


Confrontos das quartas de final.

Começando pelo principal duelo das quartas de final Bayern Munchen e Juventus. Com certeza o confronto mais equilibrado desta fase, será o duelo de duas grandes defesas. O Bayern é o time que menos sofreu gols na Bundesliga, apenas oito em 25 jogos. Já a Juve tem a melhor defesa da Champions tendo sofrido até aqui somente quatro gols.

A Juventus é a única das equipes classificadas que joga com três zagueiros e tem um meio de campo jogando muito nesse ano. Começa com o imortal Andrea Pirlo, o chileno Vidal que por muitos é considerados o melhor volante da temporada, o titular da seleção Italiana Marchisio e o jovem francês Paul Pogba que foi “roubado“ do Manchester Utd e recém convocado para a seleção por Dechamps.

Pirlo saiu acabado de Milão e hoje é o craque da Juve.

Já do outro lado o Bayern que é o time que mais joga pelos flancos dentre os sobreviventes. Joga no muito utilizado 4-2-3-1 com destaque para Muller e Ribery que são os meias abertos e o capitão Lahm que ataca muito pela direita. O atual vice-campeão vem jogando melhor nessa temporada do que na passada, entretanto deu um susto contra o Arsenal na Alemanha, assim deixando uma pulga atrás da orelha de todos. Juventus define a vaga em casa.

Outro duelo interessante será o confronto de Ancelotti contra o Barcelona. O técnico Italiano é conhecido por armar grandes ferrolhos que é o jeito onde a equipe espanhola tem mais dificuldade de jogar e ganhar. O PSG já tem um grande desfalque para o jogo da ida em Paris, Zlatan Ibrahimovic. Pela expulsão, na ida contra o Valencia, Ibra recebeu dois jogos de suspensão, contudo o PSG ainda recorre. Torceremos para que o craque jogue.

Mesmo com o Melhor do Mundo o forte do Barça é o conjunto.

Já o Barcelona é saber qual time virá para campo. A monótona equipe que perdeu para o Milan e Real Madrid (na Copa do Rey) ou o elenco mordido e motivado que goleou o time Italiano no Camp Nou. Maior vantagem catalã é jogar em casa, pois as dimensões do campo são grandes o que facilita o modo de jogo da melhor equipe do mundo com o melhor jogador do mundo.

O Real Madrid que temia um encontro precoce com o seu maior rival teve a “sorte“ de pegar um adversário teoricamente inferior. O Galatasaray tinha um time muito encaixado no semestre passado, antes da chegada de Drogba e Sneijder. Com os astros, o técnico Fati Terin ainda não achou a melhor forma de jogar. O esquema ideal sem dúvida é o 4-2-3-1 em que a equipe está acostumada, porem com Yilmaz e Drogba, que são atacantes, ele tem que recuar um para o centro da linha de três, contudo esse é o lugar onde Sneijder rende mais. O dilema é usar os três com dois deles fora de posição ou sacar alguém?

Ele quer ser o melhor. Ganhar a Champions é fundamental.

O Real é um time que joga igual a temporada passada, mesma formação do time turco, com destaque para Cristiano Ronaldo aberto pela esquerda. Grande dificuldade espanhola no confronto será ir a Turquia na partida de volta. Jogar no caldeirão que todos os times turcos fazem é sempre muito complicado, assim o Real tem de fazer um bom resultado no Bernabeu. Lembrando a força da torcida temos o confronto da semi-final de 2008 da Champions onde o Chelsea eliminou o Fenerbahce, entretanto teve muita dificuldade para isso, perdendo na Turquia na ida e se classificando na volta em Londres.

O último dos confrontos para mim é o mais desnivelado. O Dortmund é um dos melhores times europeus na atualidade. Jogando com a mesma equipe base a dois anos e atual bi-campeão do torneio nacional a equipe joga de forma muito redonda com uma defesa forte e um ataque leve e letal. O trio ofensivo com Gotze, Reus e Lewandowski é o grande trunfo da equipe. O centroavante polonês quase não perde gols e os meias alemães são a grande esperança do país para o futuro da seleção nacional.

Trio letal que deve se desfazer no fim da temporada.

Já o Málaga é o patinho feio dessa fase. A equipe faz uma campanha histórica, nunca chegou tão longe, o máximo foi uma quartas de final só que da Liga Europa, até então chamada Copa da UEFA. O clube teve graves problemas financeiros no inicio da temporada, já que o sheik Al-Thani resolveu parar de investir no clube. Salários ficaram atrasados tanto que o clube está punido pela UEFA e teoricamente mesmo que se classifique para a próxima Champions, não poderá participar.

Opinião totalmente pessoal para terminar. Os classificados dessa fase serão Juventus, Barcelona, Real Madrid e Dortmund.